sábado, 14 de maio de 2011

Qual é o seu custo de oportunidade?

Desde os tempos mais remotos o homem se depara com alternativas durante o seu cotidiano, e hoje não é diferente. Você pode até não perceber, leitor, mas você toma diversas decisões durante o seu dia. Ficar mais 5 minutos na cama, qual roupa vestir, a dúvida sobre a chuva durante o dia, são questões que resolvemos no automático.
Esse texto nasceu com a ideia de abrir os olhos com relação às decisões que não são tão simplórias quanto as que citei acima, mas que podem mudar o curso da nossa história. Então, neste ensejo, buscarei ser o mais breve e conciso possível.
De acordo com o conceito econômico, custo de oportunidade é o custo de fazermos algo em detrimento de outro. Um exemplo prático é a escolha que um investidor tem de tomar quando possui R$ 50.000,00 disponível para aplicação. Ele tem várias opções, dentre elas as mais comuns são a de deixar na conta poupança ou investir no mercado financeiro, por exemplo. E o que o motiva a escolher uma em detrimento da outra? O custo de oportunidade. Neste momento, eu faço um parêntese para dizer que isso não é regra, a pessoa faz o que bem entender do seu recurso financeiro, mas é bom saber que a teoria econômica existe para nos auxiliar a tomar melhores decisões. 
O que o investidor deve fazer então? O custo de oportunidade entra na história quando ele se questiona: "Eu quero aplicar esse dinheiro, e eu tenho um rendimento de aproximadamente 0,6% ao mês na poupança, onde aplicar então?". Neste questionamento descobrimos o custo de oportunidade do investidor, ou seja, a poupança é opção mais baixa que ele tem no momento e que só vale a pena, financeiramente falando, tirar o recurso da poupança, se tiver um outro investimento que o remunere acima do 0,6% ao mês da poupança.
Caro leitor, agora que já entendemos a questão matemática, vamos aplicá-la no seu bem mais precioso, em você! Neste momento entraremos na real motivação do texto, a sua carreira. Vejo, e me incluo na lista, que a maioria das pessoas levam de maneira displicente as suas escolhas com relação à sua carreira profissional e sua vida como um todo, não se preocupando com o futuro, deixando a vida o levar. Talvez pondo até culpa no ensino que teve na infância, ou nos pais, ou na cidade que mora, etc. Na verdade essa postura nos leva à um aspecto de fuga da responsabilidade que temos em assumir o peso da decisão de largar a preguiça e buscar a especialização ou mesmo o começo de um projeto. As organizações, hoje, não aceitam desculpas do porquê de não ter atingido o seu resultado.
O que elas querem é o resultado realizado de maneira positiva. E o segredo de resultados sustentáveis é a busca incessante de aperfeiçoamento e a alocação de energia nos objetivos. Uma visão míope de sua meta fará com que você chegue a um resultado distorcido.
Para uma situação que você deseja estar para daqui a 5 anos, você tem de plantar HOJE. Quando você completou os seus 17, 18 ou 19 anos, buscou pensar em como gostaria de estar com 22, 23 e 24 anos? Qual emprego, qual formação, quais projetos encabeçar? E para conseguir alcançar estes, pensou em como iria executá-los?
Meu caro, quais outras alternativas têm pesado na sua escolha? Se a sua resposta não é conclusiva, pense bem e reconsidere tudo.
Qual é o seu custo de oportunidade?

Sucesso!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O que é inflação?

Continuando a nossa série de artigos - descomplicados e simples - sobre temas relacionados à administração, iremos entender por uma ótica microeconômica, um tema que está assustando, hoje, todos os brasileiros - a inflação. Mas primeiro devemos entender o que é inflação e as suas implicações no nosso dia a dia e como pode ser contida.

Todos nós sabemos o que é inflação, talvez não conseguimos explicar tecnicamente, mas na prática diz: "... nossa, olha como está o preço da carne..." ou "... a gasolina não para de subir..." ou "... fui comprar roupa pro menino e não comprei a quantidade desejada...". É isso!
A inflação, sinteticamente, é a perda do valor do dinheiro em relação ao tempo com uma unidade de um bem.
E por que ela acontece? Ela pode ocorrer, basicamente, de duas maneiras:
  • Inflação de custo: Este processo ocorre quando há uma redução na oferta dos fatores de produção e por isso, o consequente aumento nos custos. Um exemplo para explicitar melhor é o mercado de suco de laranjas, se ocorrer algum fator externo que diminua a oferta de laranja no mercado, como uma geada, ou pestes na agricultura, ou qualquer outro motivo, ocorre uma redução de laranja. Como não há diminuição na demanda, o preço da laranja aumenta e consequentemente o preço dos produtos derivados da laranja também aumenta, gerando a inflação de custo.
  • Inflação de demanda: Esta acontece quando há aumento do consumo e a quantidade ofertada continua a mesma. O Brasil passou por uma situação histórica, muitas pessoas saíram da pobreza e foram para as classes mais altas. Mais de 29 milhões de pessoas entraram na CLASSE C, ou seja, aumento no consumo. Ainda usando o exemplo das laranjas, imagine que a economia esteja em equilíbrio com a demanda (procura) de 10 laranjas e o preço delas é de R$ 2,00 cada. Se a procura aumenta para 20 laranjas e a economia só consiga oferecer 10, o preço subirá  para forçar que a demanda volte a ser de 10 laranjas. 
Compreendidos esses dois motivos básicos de identificação da inflação, vamos ao assunto principal. Na última quarta-feira, 20/04/2011, o COPOM - Comitê de Política Monetária - aumentou a taxa básica de juros, a SELIC, para 12% a.a. Essa medida é para conter justamente a inflação de demanda, que busca diminuir o consumo no país com a correlação de fatos a seguir:
  • Aumento da taxa básica de juros leva redução de moeda na economia, porque as pessoas pegarão menos empréstimos e pouparão mais. Menos dinheiro na economia quer dizer menor demanda/procura, menor demanda/procura quer dizer redução dos preços;
  • Aumento da taxa básica de juros provoca a entrada de capital investidor estrangeiro  (dólar) no país, o que faz o preço do dólar diminuir e a importação aumentar. Fato que aumenta o número de produtos importados mais baratos na economia e que, pela concorrência, os produtos nacionais são "obrigados" a diminuir os preços. Situação em que temos a inflação, teoricamente, controlada;
Como que o governo mensura isso tudo?
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. E atráves desta evolução é efetuada a análise e é verificada se há ou não aumento nos preços.

Concluindo, é claro que na realidade não é tão fácil assim, as autoridades do nosso país precisam tomar várias outras atitudes. Como estímulos ou desestímulos fiscais, colocação de metas de inflação, controle do índice IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),  etc, mas teoricamente e didaticamente, a relação básica da inflação é essa exposta no texto.

Deseja saber mais? 
Relatório de inflação do Banco Central - http://www.bcb.gov.br/?RELINF

Fique de olho, e sucesso!

Bibliografia: